16 de novembro de 2011

7 bilhões

Ciclos temporais, atemporais; viver, agir, aprender, descobrir, trabalhar, vencer, sorrir, chorar e sobretudo lutar! Palavras facilmente reunidas no cotidiano de 7 bilhões de pessoas que habitam a Terra, embora seus significados e atuação sejam completamente divergentes.
Seres humanos, seres racionais, aparentemente...os dias tornaram-se maquinais e a incapacidade de percepção do tempo, projetos de vida  e consequências, assoma a maioria irracional e indiferente ao seu redor. Às vezes me questiono o porquê de procurar na África uma imagem alarmante para representar a fome, desabrigo e influência de um ambiente desprotegido à vida, se basta andarmos algumas ruas, principalmente à noite, para nos depararmos com os mesmos sentimentos e dificuldades que muitos brasileiros estão expostos. Gostaria de registrar uma imagem, por respeito deixo que você a construa, imagine uma senhora com aproximadamente 70 anos, que dorme em uma cadeira de praia diante de um vendedor de cachorro quente, para sanar sua fome através do olfato.
Preocupante, mas pior do que isso é cruzar por essa senhora, todas as noites, sem poder ajudá-la e ainda perceber que muitos também cruzam por ela, tratando a imagem com naturalidade e irrelevância. Entretanto, anormais tornam-se meus atos de boa educação e gentileza ao ceder meu lugar nos transportes públicos a idosos, gestantes e crianças, onde está o heroísmo que os olhares transformam estas minhas atitudes?
Eis que surge a indagação, onde nós erramos, quem errou, quando e por que estamos inertes a tudo e a todos? Minha modesta explicação, se pensarmos a sociedade, como grupo, perceberemos que o erro de um é o dominó que derrubará todos os outros, mas é isso o que falta: PENSAMENTO EM CONJUNTO! O egoísmo exacerbado, praticado pela noção incomum de competição, destrói o grupo, ninguém será "O Melhor" sozinho, não será e nem fará o melhor de si...Também da premissa de competição surgem as incivilidades e o problema fatual da violência, mas novamente a "racionalidade" humana é como uma venda que não permite ao homem identificar o ANIMAL que evoluiu e que por oras anda se autodestruindo e extinguindo.
Extinção, morte...sempre fui "fria" ao tratar deste assunto, porém tristemente acompanhei a um velório que foge completamente do ciclo da vida, acredito que a maior dor de um pai é ter de enterrar seu filho e presenciar tal fato, levou-me a modificar meus conceitos quanto a morte...o silêncio eterno, embora tenha sussurros do espírito presentes na vida daqueles que o amaram e não o esquecerão até o reencontro, independente do tempo que for preciso.
TEMPO...pesquisas científicas estão sendo feitas para comprovar que este transcorre mais rapidamente, em comparação a outras épocas. Ora,ora, época é adequação do tempo, será que esta também será alterada? Relógios, contagem dos dias, semanas, anos, épocas, eras, adaptações humanas passíveis de erro. Minha controvérsia ao relógio, criação que nos limitou a orientar nossos rumos pelo compasso de três ponteiros, rosa dos ventos mecânica, (absurdo?!, antes fosse...).Quando criança, queria construir uma máquina do tempo, para acelerá-lo e prevenir que fatalidades se tornassem reais; hoje gostaria que a máquina trabalhasse em "slow motion", para aproveitar melhor cada segundo e não deixar nada inacabado. O que venho ultimamente a denominar "incompetência", concluo como sobrecarga, mas quem está livre desta se realmente quer vencer?
Distribuir este sobrepeso com os demais é inaceitável no campo de obrigações e responsabilidades próprias, por outro lado se cada um obtiver consciência, de que cumprindo com as suas adequadamente, já está construindo com os outros alicerces indispensáveis a propagação de uma sociedade que busca justiça e os materiais necessários a uma sobrevivência digna e feliz, disponibilizaríamos de menos tragédias estampadas nas capas dos jornais, revistas e em destaque nas diversas vertentes da internet.

7 bilhões...deem-me 7 bilhões de alternativas a vida!