27 de fevereiro de 2012

Vivenciando um sonho!

Após 10 anos, a rotina no dia de hoje se modifica, os passos que direciono são pelas ruas da capital gaúcha e não mais (em sua maioria) percorrem as da região metropolitana; o muro azul não pertence ao Colégio, mas à Universidade. Construir com orgulho a primeira turma de Relações Internacionais na Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos)- fundada em 1969- é a meta a qual almejo concluir com amplo sucesso. Entretanto, antes de planejar o futuro devo retornar ao passado e relembrar que neste mesmo dia, em um ensino "comum" para minha idade, deveria iniciar o 3° Ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Marechal Rondon.
Ao escrever o nome já sinto um aperto no peito, durante uma década nesta instituição de ensino, praticamente, tive meu crescimento acompanhado por diferentes professores, que demonstravam a mesma intensidade de seus sentimentos por estarem fazendo parte de minha história, diretores e fases que tenho certeza que duraram um tempo maior do que muitas vidas a terem plenamente se desenvolvido. As lições que recebi e acredito que  tenha também ensinado são as mesmas que me tornaram forte e me fizeram galgar a vaga que ocupo.
No Rondon tive momentos completamente opostos, no Ensino Fundamental fui a aluna excluída por sua turma, de fato pela parte feminina que a compunha, mas nada que me abalasse profundamente já que a companhia e as aventuras dos guris me pareciam muito mais interessantes. (Incrível episódio, pois ao analisarmos os pequenos, geralmente, estes não gostam de ver um colega isolado e tentam reunir um grupo através de sua ingenuidade e objetivo comum do brincar...)
Confesso que por vezes chorei, afinal era uma criança e não entendia a diferenciação por ser a "novata". Talvez pela maneira que me comportasse ou pela uma timidez exacerbada que levava a uma retração total na participação das atividades e evidenciada em alguns textos observados pela professora Dulce fizeram  com que ela  adotasse a melhor atitude que uma professora já realizara em meu ensino: Trocar-me de turma!Com a mudança, literalmente, transformei-me em uma pessoa comunicativa e destemida, já que de alguma maneira aquela turma oprimia o carisma e limitava o desenvolvimento de meu ensino, exemplo clássico da influência do meio sobre os seres.
No Ensino Médio, com a parceria do Instituto Unibanco e a confiança que obtive de meus mestres, pude colocar algumas metas em prática e posso afirmar que de tal forma minha formação fora diferenciada, não apenas assisti às aulas como também atuei e busquei inovar o ambiente escolar. Ápice dos manifestos que conduzem cada qual à sua personalidade e aos objetivos de vida, definição de parte da certeza daqueles que terás ao teu ledo em toda a tua trajetória, minha percepção para este que é um dos principais momentos a que todos um dia passarão, se a oportunidade lhe for ofertada.
Com a aprovação na Universidade todas as emoções afloram do coração e manifestam-se por lágrimas , sorrisos, gritos, justificando toda a luta que travei para a realização deste sonho aos 17 anos - inspire-me, desde pequena, em meu pai que também ingressara com esta idade na jornada preparatória ao futuro. Este é um relato breve, talvez não contenha todas as palavras que gostaria de escrever acerca do tema, provavelmente porque muito emocionada tenho os olhos marejados e com suspiros seguro minhas lágrimas.
Sou e sempre serei grata aos meus mestres, ao Colégio Estadual Marechal Rondon (minha segunda casa), aos meus amigos e colegas que peço perdão por não ter tido um contato maior. "Apenas os tolos aprendem com suas próprias experiências!", mensagem da minha primeira aula como universitária!

PS: #Fatos marcantes: Ao atravessar o portão da Unisinos, escutando ao programa Pijama Show da rádio Atlântida, tive como trilha sonora a mesma música que escolhi para minha entrada de formatura (Every Teardrop is a Waterfall - Coldplay) e acima próximo as nuvens um avião sobrevoava o campus: voos mais altos e não menos arriscados, enfim começo a pilotá-los!      

"Prefiro ser uma vírgula a um ponto final!"




6 de fevereiro de 2012

Canoas, 20 de janeiro de 2012.


Enquanto eu caminhava,
Sentia uma esperança que inflava o peito
E quem sabe, logo, tornaria-se uma lágrima de ???
Dava passos em uma calçada,
Que a cada pegada, não planificava uma provável vida.
Pela passarela, via os carros e uma BR congestionada...
Todos querem descanso, todos almejam a praia!
Cruzo o centro, esbarro em pessoas com caras amarradas
Que até mesmo praguejavam com o olhar e atraíam negatividade.
Conduziam-se, por horas marcadas, a determinados destinos,
Mas não por vontades próprias de alcançá-los. 
Chego ao local em que muitas histórias se misturam,
Biblioteca Municipal João Palma da Silva, uma lista estava por ser vista 
  E por definir o ano - a continuação de minha história...
Uma tela com vários nomes de novos personagens,
Exceto o que designa a minha existência.
Não o encontrei naquela lista...poderia desistir e tornar-me mera coadjuvante...
Entretanto, antes de retomar a caminhada,
Paro diante do avião que, em quase todas as noites, observara antes de findar mais um dia.
Procuro reencontrar os planos e premissas de voos mais altos e não menos arriscados,
Mas que, infelizmente, não irei pilotá-los neste ano.
Nas asas daquele F8 Gloster Meteor  estão pintadas estrelas, que nesta noite procuro
Para que com cabeça erguida eu possa perseguir o caminho que impulsiona novos ares!
Com segurança, Não permitirei a queda!
Mas decolarei sem fronteiras!
Findo um ciclo e inicio uma nova jornada!

"Eles passarão...Eu passarinho!" 
                                                                Mário Quintana.   



2012 - De verdade Juntos!

Antes de mais nada FELIZ 2012, caros leitores!! Um sincero DESCULPA também é bem vindo...
Sim ,"Eu tenho fé na Força do Silêncio" e confesso que, por oras, arrependo-me de não ter encerrado o primeiro ano via Blogger com um texto especial e repleto de agradecimentos pelo apoio que tenho recebido e sem o qual não continuaria escrevendo. Não recebo muitos comentários dos posts, mas os poucos que chegam são suficientes se comparados com o número de acessos da página (que me surpreendem sempre, por isso MUITO OBRIGADA!).
Porém, certas coisas acontecem por determinadas razões inexplicáveis, se existirem, (ressalto que  falo com o coração e o Português é só o idioma que tenho utilizado, mesmo que com erros e/ou redundâncias) entendo que não era para tê-lo escrito, porque a vida daquela que vos escreve tem algumas páginas incompletas e alguns borrões  que as lágrimas fizeram aparecer neste 2011. Subjetividade é parte de minha alma, não vou fazer detalhes do que me fez chorar, por outro lado, vou compartilhar algumas experiências que têm me feito repensar em como viver ou até mesmo sobreviver como essência, como um ser que com pouca  idade tem seus sonhos e muitas vezes encontra limites no caminho e tende a eliminá-los ou a refazer a rota com o tempo. (Não, não estou querendo  falar de uma vida atada à rotina sem a qual muitos não saberiam a sua maneira de existir num 'mundo globalizado e de contrastes').
* Para muitos já perdeu o sentido, mas no commuting diário de Canoas a Porto Alegre, nas trilhas do trem, cruzam-se inúmeros destinos. Observar a velocidade e a ferocidade do cotidiano, ambas  não muito distantes, pelos olhos cansados daqueles desconhecidos e que de certa forma ficavam curiosos pelo o que eu estava lendo.  Lia as leituras obrigatórias para o vestibular da UFRGS (caso algum curioso desconhecido pelo acaso venha a ler esta página), mas aqueles livros também eram escudos em que eu  apoiava minha curiosidade. Cariocas, coreanos, interioranos, altos, baixos, estranhos e simples que juntos naquele vagão transportavam suas preocupações. Enquanto eu os olhava, percebia que a cada dia reservavam aquela "viagem" à futilidade e por fim concluía que por tantas vezes repetida o Guaíba nem era visto, criavam um mundo único e habitado por males que poderiam ser resolvidos por uma conversa (lembrando algo persistente nas colunas de Paulo Coelho: às vezes a Vida tem algo a dizer por pessoas desconhecidas, não simples pessoas, mas anjos reunidos em determinado local e que saem sem concluir sua missão por medo daquilo que não estão acostumados). Conversei com alguns, recebi conselhos que nem o mais íntimo amigo meu poderia dar, porque aquele que me aconselhava nem sabia o que eu estava passando e muito menos o meu nome. Relato breve de uma senhora (espero revê-la no C2 um dia): "Guria...tão nova e tão preocupada, expressão séria quebrada por um sorriso, não? Muitos jovens não gostam de conversar com velhos, mal sabem eles o que perdem...Sabe, eu não tenho medo dessa minha velhice, levo como experiência de vida e te parabenizo por estar me ouvindo. Teu futuro vai ser brilhante, vejo nos teus olhos, sei que não é fácil...mas o que é? Minha neta faz o mesmo curso que tu queres (Relações Internacionais), idiomas, cursos, viagens, mas o que importa são as pessoas desse planeta, não? Segue com a cabeça erguida, não leva apenas as desilusões, nunca deixa de perseguir teus sonhos! Te cuida, minha filha e até um dia!" - 10 minutos que valeram todo o dia!
* Ruas de Porto Alegre, calçadas com problemas comuns a tantas outras cidades, pombos além do normal destas. "Artemosfera" espalhada pela cidade, como na Av. Mauá -"Por trás do muro"- uma sequência de imagens do Guaíba e na Borges de Medeiros algumas fotos "sofridas" como uma árvore em meio a uma tempestade descomunal. Em meio a confusão citadina, um lembrete de que tudo ainda é parte da natureza modificada pelo homem.

*PS: Vou deixar a conclusão do texto para uma continuação, para que não se cansem...sei que aqueles que leram até aqui são os mesmos que sempre encontrarão neste um refúgio seguro e que os abraça a qualquer hora! Até a próxima!