16 de maio de 2011

Desencanto - Manuel Bandeira



" Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tem motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa...remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente, 
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre! "


* Como é bom encontrarmos uma anotação antiga, que remete muito do que foi vivenciado e não apaga as marcas que motivaram  mudanças tão necessárias a construção de minha personalidade e de tantos outros que nestes versos se inspiraram algum dia.


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